Se bateu um vento frio.
Se a chuva veio, inesperada.
Se quis encontrar, mas se deparou com o nada.
Se ao tentar preencher, só deixou mais vazio.
Feche os olhos e vá.
Não embora.
Vá sentir.
Fique sempre que tiver motivos
para não ir.
Fique.
E simplifique... simplifique.
abril 12, 2016
junho 25, 2014
No contact
Wi-fi em bares. Em festas.
Celulares nos bolsos. Nas bolsas. Nas mãos. Nos rostos.
Olhares.
Olhar na tela.
Tocar.
Touch Screen.
O normal é ser absorvido pela matéria. O bizarro, hoje, é ainda querer contato. Contato de outro ser que pulsa. Que respira. Que sente.
O contato entre dois, ou mais, seres pensantes e sensíveis parece ter se tornado inviável.
Agora lhe resta saber conviver consigo mesmo e com um objeto. Se algo lhe frustrar você não terá que lidar com isso pessoalmente.
Ao mundo real você já não mais pertence, mas para despertar é simples.
Basta desligar.
Ou ficar sem bateria.
janeiro 08, 2014
Migalhas
Como é que eu pude me enganar tanto? Mentir pra mim mesma descaradamente, impiedosamente. Como pude encobrir as verdades? Fui cega, ingênua, tosca. Não quis aceitar o que estava claro desde o início. Indícios da realidade triste e solitária sempre estiveram diante dos meus olhos, mas eu preferi acreditar em uma felicidade escondida. Suposta felicidade. Na verdade era o sofrimento usando um disfarce, me espreitando como sempre. É a forma mais miserável de ferir alguém. Oferecendo antes, a falsa ideia de contentamento. Mas eu não poderia me iludir pra sempre.
Finalmente consigo enxergar com clareza os motivos pelos quais eu vivi de enganos. Eu tinha esperanças. Agora, a vontade mais sincera que tenho é atribuir a mim adjetivos cruéis. É a forma que encontro para fazer com que eu me ouça. Estúpida. Insegura. Descartável. Covarde. Quero me ouvir. Quero aprender. Quero me reencontrar.
Reencontrar. Se é que algum dia já me encontrei. Eu sou eu agora? Eu fui eu antes de você? Eu fui eu com você? Sou? Já fui? Serei?
Não estou interessada em mim e eu não sei até quando isso vai durar. Redescobrir o prazer das coisas pode levar tempo. Quando algo que antes te fazia bem te destrói, fica difícil não pensar que será assim sempre, que eu posso continuar tentando, mas um final impiedoso, cedo ou tarde, virá ao meu encontro.
Escutar o toque do despertador e ter vontade de existir. Ir pra rua e sentir que faço parte de tudo isso, que eu valho a pena. Venho apenas suportando os dias, esperando que eles passem e que levem com ele tudo de ruim que há em mim, mas eles não levam. Os dias passam, os dias são outros, mas eu continuo a mesma.
Eu estive vivendo de migalhas. De resto. De pó. De nada. De uma companhia que era só ausência. De um carinho que era só carência. De palavras que só eram ditas pra quebrar o silêncio incômodo.
janeiro 01, 2014
Sobre 2013: um ano de (quase) nada
Quando chega essa época parece inevitável parar para pensar no que foi e fazer alguns planos para o ano que inicia. Algumas semanas atrás, quando parei pra pensar no meu 2013 me veio o seguinte pensamento: foi um ano vazio. Revivendo os dias em minha cabeça, tentei lembrar de um dia muito bom, alguma realização, algum sonho realizado, uma meta alcançada e, bem... não consegui pensar em nada. A princípio, em uma tentativa de fazer com que eu não enxergasse essa verdade que machuca, tentei pensar que "isso é culpa da minha memória que não é tão boa". Mas não, claro que não. Eu fui capaz de encher os meus dias de nada. Eu abri mão de mim e de tudo ao longo desses 365 dias.
Pode soar como exagero ou como um pessimismo barato e antes fosse. Mas é verdade que eu deixei os dias correrem e não tentei fazer nada por mim, nada por ninguém, nada por nada. Era da casa pra faculdade e da faculdade pra casa. E em casa? Cama. Não me dediquei, não corri atrás, não sonhei, não tentei fazer acontecer. Não é de se espantar que meu ano tenha sido um grande (quase) nada.
O uso do "quase" é necessário. 2013 me trouxe algo sim, mas ainda não sei dizer se é bom ou ruim. Talvez tenha sido os dois, ao mesmo tempo. Na maioria das vezes tendo a pensar que foi ruim, mas não acho justo. As partes ruins, geralmente, são mais marcantes, então fica a impressão de que, na verdade, não foi algo bom. Mas existiram momentos bons sim, infelizmente. Digo infelizmente porque se tivesse sido verdadeiramente ruim, talvez eu já tivesse superado. Mas aqueles poucos momentos que senti que fui feliz (ou que seria dali em diante) insistem em permanecer na minha memória.
Para 2014 até estabeleci algumas metas, coisa que não fazia há anos. Há tempos não olhava para um novo ano esperando recomeços e fazendo planos. Considerava bobagem e julgava extremamente desnecessário. Talvez eu precise disso. Algum incentivo. Metas, mesmo que não tão ambiciosas, mas que me coloquem pra viver novamente. Sinto que não vivi nesse ano que passou. Mesmo quando pensei estar fazendo alguma coisa, era vazio. Cheio da falta de sentimentos, cheio da falta de amor, cheio da falta de verdade.
O que marcou 2013 foi o imenso vazio que o preencheu. Então, adeus. Espero que o meu não agir tenha ido embora com você.
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adeus 2013, desabafo, diário, planos
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novembro 04, 2013
Paradoxo: amor, dor.
"Você já amou? É horrível, não? Você fica tão vulnerável. O amor abre o seu peito e abre o seu coração e isso significa que qualquer um pode entrar em você e bagunçar tudo. Você ergue todas essas defesas. Constrói essa armadura inteira, durante anos, para que nada possa lhe causar mal. Aí uma pessoa idiota, igualzinha a qualquer outro idiota, entra em sua vida. Você dá a essa pessoa um pedaço seu, e ela nem pediu. Um dia, ela faz alguma coisa besta como beijar você ou sorrir, e de repente sua vida não lhe pertence mais. O amor faz reféns. Ele entra em você. Devora tudo que é seu e lhe deixa chorando na escuridão. E então uma simples frase como 'talvez devêssemos ser apenas amigos' se transforma em estilhaços de vidro rasgando seu coração. Isso dói. Não só na sua imaginação ou mente. É uma dor na alma, uma dor no corpo, é uma verdadeira dor-que-entra-em-você-e-o-destroça-por-dentro."
"Nada deveria ser assim, principalmente o amor."
novembro 01, 2013
We'll, take it out of here.
Viajar, conhecer outros lugares, outras pessoas, outros costumes, outras línguas. Isso é um sonho antigo. Na infância quando eu parava pra pensar na Amanda adulta, eu sempre me imaginava viajando por aí, descobrindo tudo o que há de novo nesse mundo, mundo vasto mundo. E, esses dias, pensando a respeito vi que não tenho feito nada para realizar esse sonho.
No próximo mês — dia 15 de dezembro para ser exata — completarei 20 anos. E, quando essa data se aproxima eu sempre me analiso e analiso a minha vida. Não é algo forçado, não tenho o pensamento que: aproximadamente um mês antes do meu aniversário eu irei me analisar, não, não é assim, simplesmente acontece. E isso é bom. Necessário, eu diria.
E quando a minha ficha caiu — caramba! 20 anos! — eu fiquei assustada. A maioria diz que eu ainda estou no início da vida e eu não discordo totalmente. Mas fica aquela sensação de que eu já poderia ter feito mais. Talvez todo mundo tenha essa sensação. Mas eu quero fazer algo a respeito. Daqui pra frente eu quero sentir que estou realmente aproveitando o meu tempo, que estou seguindo os meus sonhos.
E o assunto desse post é justamente sobre um desses sonhos: viajar!
março 18, 2013
Truly
Mostre-me quem você realmente é, e me deixa te amar assim sabendo do seu jeito, mas pra te amar do meu jeito. Conte-me cada segredo seu, cada sonho, cada medo. Me mostre as suas loucuras, me deixe satisfazer suas vontades. Me mostre quem você é, eu quero saber de tudo, tudo. Não me esconda nada. Eu prometo te amar assim: sabendo quem você é. Não quero me apaixonar por uma personalidade que criarei em minha mente, não quero te conhecer através da minha interpretação. Eu quero o seu eu verdadeiro, quero todinho. Com defeitos, qualidades, sonhos, medos, fúria, calma... eu te quero e quero tanto, mas te quero de verdade.
março 10, 2013
Eu sinto só
Escrevo tudo o que sinto por você porque é bonito. E eu sinto tanta coisa, pena que fica tudo só pra mim. Nunca sentiremos juntos. Se já é covardia só eu sentir seria mais cruel ainda que um dia quando eu desistir – se é que desistirei – tudo ficasse esquecido. Escrevo para que um dia eu releia e relembre o quão bonito foi tudo o que senti por você. Eu sinto tanto, e sinto muito, sinto muito que você não sinta também, que não sinta comigo.
junho 06, 2012
Dear diary #1
Tenho me sentido triste esses dias. Não que isso seja uma novidade, mas é novo o fato de eu me sentir a vontade pra falar a respeito. Sempre que queria desabafar, falar de algo que estivesse me incomodando eu tentava transformar aquilo em um texto, mas sempre tratando do que sentia de uma forma geral, nunca fazia referência a mim. E não sei exatamente o porquê, mas hoje decidi falar.
A ideia de criar esse blog surgiu justamente porque eu queria me expressar sobre tudo e sobre nada. Tratar de assuntos que fossem relevantes pra mim, mesmo que estes fossem vistos como insignificantes, bobos, fúteis, paranoicos e sabe-se lá mais o que, por outras pessoas.
Sabe? Um dos meus maiores defeitos sempre foi dar importância demais para o que as outras pessoas vão pensar sobre mim e sobre o que eu faço. Então, sempre tive medo. A verdade é essa. Medo de me revelar, de falar abertamente sobre mim. Não sei porque essa coragem surgiu hoje. Talvez seja só coisa de momento e amanhã ela já tenha ido embora e eu volte a escrever subjetivamente, como sempre fiz. Nunca revelando o meu íntimo. Me escondendo através de meus próprios pensamentos, sendo covarde...
A ideia de criar esse blog surgiu justamente porque eu queria me expressar sobre tudo e sobre nada. Tratar de assuntos que fossem relevantes pra mim, mesmo que estes fossem vistos como insignificantes, bobos, fúteis, paranoicos e sabe-se lá mais o que, por outras pessoas.
Sabe? Um dos meus maiores defeitos sempre foi dar importância demais para o que as outras pessoas vão pensar sobre mim e sobre o que eu faço. Então, sempre tive medo. A verdade é essa. Medo de me revelar, de falar abertamente sobre mim. Não sei porque essa coragem surgiu hoje. Talvez seja só coisa de momento e amanhã ela já tenha ido embora e eu volte a escrever subjetivamente, como sempre fiz. Nunca revelando o meu íntimo. Me escondendo através de meus próprios pensamentos, sendo covarde...
junho 05, 2012
Ah! O tempo...
— Ainda não entendo bem o porquê dessa necessidade que temos em tentar confortar alguém com palavras. Na maioria das vezes de nada adianta.
— Acho que a importância não está nas palavras em si. O que ajuda é saber que tem alguém pelo menos tentando amenizar nossas preocupações, nosso pesar. Ninguém nunca foi capaz de tirar qualquer dor que eu sentisse me dizendo algumas palavras. Quem me cura é sempre o tempo. Ele sempre leva tudo.
— Sim, ele leva... Leva inclusive as coisas boas.
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